sexta-feira, 25 de agosto de 2017

História da Umbanda

A história não é algo abstrato, distante de nossa realidade. Ela acontece a todo o momento, sempre que nós, seres humanos, provocamos o desencadeamento de eventos alternativos à realidade existente e, quase que sempre nem percebemos as mudanças. 
Como ciência, a História tem o dever de investigar as diversas possibilidades sobre os fatos passados, mas, nunca, determinar o completo fechamento das questões estudadas, tampouco, indicar a verdade absoluta dos fatos, principalmente, porque a construção das narrativas históricas são construções humanas, e os historiadores, os pesquisadores responsáveis por "guardar" as memórias e acontecimentos.

Nossa proposta neste artigo é apresentar uma periodização da história umbandista. Para tanto, as advertências sobre  narrativas deste tipo tornam-se imprescindíveis, não fazemos apologia ao reducionismo histórico, porém, entendemos a Umbanda também como um fenômeno social, inserida em contextos próprios que transformaram realidades concretas. Por isso, as escolhas dos fatos que compõe este texto passam, exclusivamente, pela ótica particularizada deste blog, não compreendem o ponto final, tampouco, a ordem exata dos momentos. Apenas uma exposição sintetizada que cumpre a função divulgadora. Apresentarmos cronologicamente este exposto, representa apenas uma organização das ideias, a medida que nossos referenciais são algumas obras históricas produzidas para proteger a memória de nossa cultura. Porém, é nosso dever lembrar dos milhares de brasileiros anônimos que não estão nas memórias dos livros como personalidades percussoras, mas,  desenvolveram com muita fé a Umbanda por todo o país.  

LINHA DO TEMPO UMBANDISTA

 1908 - Fundação da Umbanda: Advento, anunciação ou surgimento. A adjetivação é o que menos importa. É considerado fato, por inúmeras pesquisas e depoimentos que em 15 de Novembro de 1908, na cidade de Niterói - estado do Rio de Janeiro - ocorreu o marco "fundador" da religião de Umbanda. O jovem Zélio de Moraes incorporava o Caboclo das Sete Encruzilhadas (C7E) em uma sessão de espiritismo kardecista e, após diversos protestos e reprimendas pelo teor das abordagens da entidade manifestada, anunciou que no dia seguinte à casa de seu "aparelho" fundaria um novo culto para dar voz a uma grande parcela da espiritualidade renegada nos círculos espiritualistas convencionais e então estabelecidos. No dia seguinte, o Caboclo das Sete Encruzilhadas (C7E) anunciou um conjunto de proposições que norteariam a recém chegada "Umbanda" no plano terreno, batizando aquela casa de Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade (TENSP). Na mesma noite manifestou-se também o preto-velho "Pai Antonio", e logo na em sua primeira manifestação incorporou elementos materiais característicos da religião: A Guia, toco ou banco e o cachimbo.
1913 - Orixá Malet: Entidade que se manifestou em Zélio de Moraes, para atuar na linha de frente ao combate a magia negra. Trouxe consigo a simbologia dos pontos riscados que identificavam as entidades manifestadas. Introduziu as oferendas aos Orixás e a utilização animais "vivos" para os trabalhos que desmanchavam magias.
       
A Expansão: É descrito por Leal de Souza no livro "O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda" publicado em 1933, que o "Chefe" - como era chamado o Caboclo das Sete Encruzilhadas (C7E) - anunciou que havia recebido a incumbência do astral superior para expandir a Umbanda com mais sete "Tendas". O historiador Diamantino Fernandes Trindade , corrobora o registro em seus livros que abordam a história da Umbanda. As novas tendas, teriam a supervisão espiritual direta do (C7E), que prepararia e autorgaria os médiuns designados à dirigência das tendas.
  1918 - Primeira Tenda: "Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição", fundada em 16 de Janeiro pela médium Gabriela Soares que incorporava o Caboclo Sapoéba, com cofundação de Leal de Souza;
   1925 - Segunda Tenda: "Tenda Espírita São Pedro", fundada em 5 de Março, com José Meirelles; 
  1927 - Terceira Tenda: "Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia", fundada em 8 de Setembro, por José Meirelles. Após seu desencarne, foi assumida por Durval de Souza;
   1933 - Quarta Tenda: "Tenda Espírita Santa Bárbara", fundada em 27 de Junho, por João Aguiar que era médium do Caboclo Corta Vento;
   1935 - Quinta Tenda: " Tenda Espírita São Jorge", fundada em 15 de Fevereiro, por João Severino médium do Caboclo Cobra Coral;
  1935 - Sexta Tenda: "Tenda Espírita São Jerônimo", fundada em 15 de Maio, com o Capitão José Alvares Pessoa que era médium do Caboclo da Lua.
  1939 - Sétima Tenda: "Tenda Espírita Oxalá", fundada em 11 de Novembro, com Paulo Lavois;    

1920 -1924- Tenda Espírita Mirim: Em 1920, Benjamim Figueiredo médium do Caboclo Mirim manifestando a entidade pela primeira vez, anunciou que os trabalhos em seu núcleo familiar voltados à doutrina de Kardec seriam à partir de então, trabalhos de Umbanda. Benjamim e o Caboclo Mirim iniciavam uma "nova" corrente umbandista, a escola Iniciática. As diversas fontes consultadas, indicam, marcos de fundação da Tenda Espírita Mirim em períodos distintos, ora em 1920, ora em 1924. O livro "Memórias da Umbanda no Brasil" de Ronaldo Linares e Diamantino Trindade discute a possibilidade dessa diferença de quatro anos, como o intervalo entre a anunciação do Caboclo Mirim e a preparação empreendida por Benjamim Figueiredo, inclusive, como membro da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade com Zélio de Moraes e o C7E.
  1952 - Primado de Umbanda:Juntos, Caboclo e médium, fundaram outras tendas, participaram ativamente de movimentos federativos, congressos e em 1952 fundaram o "Primado de Umbanda", organização federativa que baseava suas atividades em: Difundir a religião e seus ensinamentos; Promoção de Formação Sacerdotal e Iniciática aos membros de terreiros filiados, integrando-os à utilização da língua Nhêngatu hierarquizando os graus de evolução espiritual contidos em sua filosofia. O legado do trabalho de Benjamim e Cabolo Mirim continuam até os dias de hoje arregimentando umbandistas por todo o país.         

1925 - Publicação do livro - No Mundo dos Espíritos: Leal de Souza, o primeiro autor umbandista, publica o livro "No Mundo dos Espíritos" com os textos/relatos de sua coluna "Inquérito" do jornal "A Noite". Seu trabalho era relatar as visitas à tantos centros e terreiros do Rio de Janeiro, a fim de investigar o grande fenômeno, denominado "mediunismo" na capital federal. É um marco também para Umbanda, pois, é a primeira publicação literária que diretamente faz referência ao trabalho de Zélio e do C7E, conforme capítulo " O Centro Nossa Senhora da Piedade".

1933 - Publicação do livro - O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda: Se em meados da década de 1920, Leal de Souza, traz pelo seu inquérito do jornal "A Noite" os relatos das visitas à inúmeros terreiros, em 1933, já umbandista praticante frequentador da TENSP e à época, dirigente da Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição, publica o primeiro livro de Umbanda. Era o primeiro compendio de textos que desmistificava os conceitos e as práticas umbandistas, significava o conceito das sete linhas de Umbanda tão debatido e controverso até hoje. Um marco inovador, corajoso e transformador.   
                
1930-1941- Opressão política e organização de classe: A opressão política e discriminatória era muito intensa na década 1930 - durante o governo de Getúlio Vargas-, Diamantino Trindade em "História da Umbanda no Brasil", nos refresca as discriminações, arbitrariedades e intervenções que todas as religiões dentro do espectro de centros e terreiros (Kardecistas, Macumbeiros, Umbandistas, Candomblezeiros e afins..). Segundo Alexandre Cumino em " História da Umbanda", em 1939 Zélio de Moraes orientado pelo C7E, fundou a Federação Espírita de Umbanda do Brasil (FEUB) com o objetivo de organizar a realização do 1º Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda em 1941. Além disso, aglutinava todos os terreiros filiados a TENSP congregando uma representação de classe reivindicatória que se ajudariam mutuamente para legitimar a prática da religião de Umbanda. Em 1940, a TENSP teve seu 
   1941 - 1º Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda: Legitimar, organizar, oficializar e desafricanizar eram as premissas básicas do movimento que idealizara o Congresso. A Umbanda enquanto movimento ou entidade social se apresentava dentro de uma organização básica, atendendo as imposições dos contextos sociais e políticos da época que eram de extrema opressão. Assim, um conjunto de conceitos era apresentado justificando a originalidade "espírita" da Umbanda, entre eles, destacamos: Fundamentos históricos, filosóficos, científicos, culturais, doutrinários, ritualísticos. E anunciava Jesus como seu "chefe" supremo.
      1947 - FEUB para ser UEUB: A Federação Espírita de Umbanda do Brasil (FEUB), passa a ser denominada União Espírita de Umbanda do Brasil (UEUB) que mesmo com muitas dificuldades, funciona até hoje.

1950 -Umbanda Omolokô: Tancredo da Silva Pinto (Tata Ti Inkice), conhecido por Tata Tancredo foi o principal nome do movimento Omolokô sendo o responsável por coordenar toda a estrutura política pelos movimentos federativos, quanto pelos doutrinários na condução de terreiros e publicações de livros sobre a Umbanda Omolokô, em muitas fontes é tido como o "Organizador do culto Omolokô". Defendia a origem e fundamentação da Umbanda como herança de povos africanos de Angola do grupo Luanda-Quiôco, para isso é dele a seguinte afirmativa reproduzida em tantos veículos de informação que tratam da questão...“a Umbanda é  africana, é um patrimônio da raça negra”.Tata Tancredo fundou em 1950 a Confederação Umbandista do Brasil e viajou a diversos estados auxiliando e incentivando a criação de instituições que agregassem terreiros com fundamentações provenientes de cultos afro-brasileiros praticados na Umbanda - clara oposição ao 1º Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda-, era uma verdadeira frente de resistência pelos fundamentos africanos na religião. Era também sacerdote e segundo o excelente estudo publicado no blog Uniafro teve mais de 3.566 "filhos de santo" iniciados. Outra característica importante de Tata Tancredo, foi o legado bibliográfico deixado para o movimento Omolokô e foram mais de 30(trinta) livros, alguns deles em parceria com Byron Torres de Freitas. 

1950-1954- Umbanda Esotérica: Através de W.W. da Matta e Silva, também conhecido como Mestre Yapacani, abriu-se um novo cenário doutrinário na Umbanda. Médium de Pai Guiné, porém, anteriormente, de Pai Cândido, utilizou-se da escrita para estabelecer o diálogo e chamar a atenção para o novo movimento - visto que muitos, inclusive, seus seguidores, consideram este um dos três maiores movimentos da história da Umbanda . Matta e Silva passou a escrever para jornais e custeou seu primeiro livro (Umbanda de Todos Nós). Era um crítico ferrenho do comércio religioso e de práticas que, segundo ele, não eram compatíveis com a doutrina umbandista. Publicou ainda mais oito obras, escreveu também o famoso texto " Sete Lágrimas de Pai Preto". A vertente Esotérica continua em atividade, maiores referências, podem ser encontradas no blog Mandala dos Orixás editado por Diamantino Trindade, e pela instituição de ensino Faculdade de Teologia Umbandista dirigida por Rivas Neto autor de livros importantes do segmento.

1955 - T.U.L.E.F: Fundada com o nome de "Tenda Nossa Senhora do Rosário" por conta das perseguições sofridas, a T.U.L.E.F foi importantíssima na divulgação e amplificação umbandista. Dirigida por Lilia Ribeiro, médium do Caboclo Mata Virgem e pesquisadora sobre a Umbanda. Lilia, contribuiu para pesquisas históricas em torno da história da religião, gravando depoimentos e entrevistas com Zélio de Moraes.    

1956- Colegiado Espírita do Cruzeiro do Sul: A criação do Colegiado aglutinou diversas lideranças de instituições e federações que pertenciam à "Umbandas" distintas,de diferentes estados e, em certos aspectos até rivais. A busca por legitimação e as disputas pela "doutrina verdadeira", em certo momento, foi relativizada. O potencial político dessa fusão era o principal objetivo, juntamente com a possibilidade da criação de uma unidade nacional em prol da cultura umbandista. Desta fusão, surgiram algumas iniciativas:
   1961 - 2º Congresso Brasileiro de Umbanda: Ocorreu entre os dias 16 e 23 Julho na cidade do Rio de Janeiro no Estádio do Maracanãzinho. A empreitada que contou com uma participação interestadual, não atingiu os êxitos esperados em termos de uniformização doutrinária e ritualística. O ponto mais positivo foi a conscientização de uma ampla frente social e política que poderia unir e reivindicar os direitos sociais a todos, a medida que, a década de 1960 é uma das mais importantes para a propagação da religião em todo país.
Obs.: A partir destes eventos acima citados, entre 1956 e 1961, a Umbanda polarizou outros eventos de igual teor. No estado de São Paulo, por exemplo, a partir da criação Superior Órgão de Umbanda do Estado de São Paulo (SOUESP), entre as décadas de 1960 e 1980, os paulistas, promoveram com abrangência estadual congressos, seminários, publicações e tantos outros eventos que organizavam e propunham várias idealizações "normativas" para a Umbanda. Outras dezenas ou centenas de agremiações, associações e federações foram criadas destas iniciativas.
  1973 - 3º Congresso Brasileiro de Umbanda: Ocorreu entre os dias 15 e 21 de Julho, também na cidade do Rio de Janeiro, no Estádio de São Januário. As tentativas seguiam em torno do debate sobre a doutrina e ritualística comum a todos, porém, o evento foi mais importante em outros dois aspectos. O consenso sobre a instituição do dia nacional da Umbanda (15 de Novembro) e a apresentação oficial do Hino da Umbanda.

1960/61- Hino da Umbanda: Letra de João Manoel Alves, a música "Refletiu a Luz Divina", foi apresentado em 1961 no segundo Congresso Nacional e, oficialmente adotado em todo o Brasil à partir do terceiro Congresso Brasileiro em 1973.  As observações sobre o hino estão bem difundidas, sobretudo, pela internet, entretanto, alguns desencontros nas informações poderão ser detectados. Em História da Umbanda no Brasil de Diamantino Trindade, encontramos capítulos distintos sobre a questão, percebe-se que o autor quando trata diretamente os aspectos históricos da música e de seu autor, aponta o segundo Congresso como marco inicial e público da obra, ao passo que, no capítulo exclusivo sobre os Congressos Nacionais, a menção faz parte no resumo sobre o evento de 1973.

Luta contra a Intolerância: Não é novidade que a hegemonia católica no Brasil desde os tempos da colonia, influenciou e muitas vezes incorporou o imaginário popular contra outras culturas religiosas, sobretudo, ameríndias, afro-brasileiras e espíritas. Além da cultura, os bastidores de grandes corporações sempre tiveram atuação nos meios políticos, assim, consolidavam ainda mais suas estratégias de consolidação. Nas primeiras décadas da história umbandista, as hostilidades e perseguições tiveram como protagonista a Igreja Católica. Hoje podemos inferir que os maiores difamadores estão em outros nichos do cristianismo, entretanto, a verdade é que em diversos setores principalmente os mais tradicionais e conservadores, ainda encontram dificuldades de pelo menos tolerar a religiosidade alheia. Aqui, com base em nossas pesquisas, listaremos as publicações que ao longo de décadas serviram para disseminar a intolerância contra a Umbanda: 
Umbanda/ Jornais e Revistas : O advento da internet e o sucesso das redes sociais foram ferramentas impulsionadoras para a democratização das informações relacionadas à Umbanda. Hoje, não há, pelo menos não vemos a possibilidade, de contabilizarmos a quantidade de jornais online e físicos, blogs, rádios, canais de vídeos e sites de cursos online elaborados por umbandistas. Todavia, se considerarmos e nos concentrarmos em estudar as produções periódicas encontraremos diversas referências. Porém, contextualizando que a abrangência era regionalizada, fruto muito das vezes, de iniciativas caseiras, das federações e associações que pouco a pouco foram se aglutinando. Aqui, não consideraremos as publicações literárias, tampouco, as publicações jornalísticas feitas por mídias de fora da umbanda, neste caso, interessa-nos listar, algumas das referências jornalísticas produzidas por iniciativas dos umbandista ligados ao seu movimento . Os volumes da "História da Umbanda no Brasil" de Diamantino Trindade e "História da Umbanda" de Alexandre Cumino, destacam algumas referências.
  • Jornal de Umbanda - 1947 
  • Boletim "A Caridade" - 1956
  • Macaia - 1965.
  • Revista "Gira de Umbanda" - 1972.
  • Umbanda em Revista - 1973.
  • Mundo de Umbanda - 1974.
  • Umbanda em Revista - 1974.
  • Aruanda - 1975
  • Tribuna Umbandista - 1976
  • Jornal de Umbanda Sagrada - 1999.
  • Jornal Aldeia de Caboclos - 2000.
  • Revista Espirita de Umbanda.  
Salve a Rainha do Mar ! - Festejos à Iemanjá. Décadas de 1970/80: Eventos não organizados institucionalmente por meios federativos abriram o caminho, ainda na década de 1950, para a estabelecimento oficial dos festejas à Iemanjá a partir de 1969 em Praia Grande - SP. É um marco na participação umbandista em eventos públicos. Jornais, revistas e depoimentos informam números impressionantes, em 1975, por exemplo, a cidade de Praia Grande recebeu trezentas mil pessoas (300.000). Apesar do ápice ter sido alcançado na década de 1970, os meados de 1980 reuniram quantidades significativas de adeptos. Até os dias de hoje a tradição permanece no estado de São Paulo, entretanto, descentralizada, com abrangência a outras cidades do litoral paulista e com números bem mais singelos.

Décadas de 80/90: Em diversas fontes, por argumentos variados,as décadas de 1980 e 1990 são apresentadas como períodos de "esvaziamento" na Umbanda. Os umbandistas eram convertidos a outros meios e deixavam seus terreiros. Alguns aspectos internos que poderiam explicar esse movimento seriam: desorganização associativa ou federativa, marginalização dos cultos (e aqui registramos as alegações dos movimentos que defendem a "normatização" litúrgica" e doutrinária da religião). Noutra ponta está o vertiginoso crescimento dos neopentecostais que, com a espetacularização midiática do discurso do ódio e da intolerância teriam, também, colaborado para desmoralização da Umbanda. A retomada da religião no fim deste período, esclarece Alexandre Cumino em - História da Umbanda um Religião Brasileira - ter sido fruto da cultura de informação através da revolução tecnológica, onde, a internet protagoniza o combate  à cultura de intolerância reorganizando e segmentando novos modelos de umbandistas.
  1990/2000 -Literatura Psicografada: A literatura de Umbanda psicografada ganha novo status e aumenta consideravelmente, ajudando, assim, esse período que muitos chamam de "reconstrução" social. Em certa medida, sobretudo, pelo senso comum, esse parece ter sido um período de inauguração da literatura de Umbanda, o que não é certo, a história de nossa literatura é extensa e data os primórdios da religião. O que temos aqui, talvez, seja a popularização do segmento psicográfico. Hoje esse tipo de publicação é cada vez mais comum, porém, podemos dizer que as maiores referências dentro da Umbanda ainda nesta fase são; Rubens Saraceni (Organizador do movimento conhecido como Umbanda Sagrada ) e Norberto Peixoto (Médium de Ramatís).

2008 - Centenário: As comemorações abrangeram vários estados, Zélio de Moraes e o Caboclo das Sete Encruzilhadas eram ou são até hoje os maiores homenageados, pela imensa gratidão e respeito que todos os umbandistas nutrem pelo advento de 1908. A redemocratização do Estado brasileiro que promulgou em 1988 nossa Constituição, balizou em termos jurídicos e políticos a efetiva legitimação da Umbanda, assim, neste 2008, Ela ganhou homenagens menções honrosas em diversas cidades do país através de suas casas legislativas. Viva a Umbanda! Viva o Brasil!

Instituição do Dia Nacional da Umbanda: Em 16 de Maio de 2012, a presidente Dilma Rousseff, decretou e sancionou a Lei nº 12.644 instituindo dia 15 de Novembro como data oficial da Umbanda no Brasil.


Sites consultados: 

UEUB  

Livros de referência: 

História da Umbanda uma Religião Brasileira - Alexandre Cumino.
História da Umbanda no Brasil- Diamantino Trindade (Vols. 1, 2 e 3).
Memórias da Umbanda no Brasil - Ronaldo Linares e Diamantino Trindade.
Antonio Eliezer Leal de Souza - O primeiro escritor da Umbanda- Diamantino Trindade. 
No Mundo dos Espíritos - Leal de Souza.
O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda - Leal de Souza.   
Das macumbas à Umbanda: uma análise histórica da construção de uma religião brasileira - 
 José Henrique Motta de Oliveira

Umbanda Esotérica e Iniciática


“A Umbanda é coisa séria para gente séria".
Saudações a todos !

Abordar temas relacionados ao universo da Umbanda nem sempre é tão fácil ou simples como muitos pensam ou tentam mostrar, nela verificamos uma diversidade de pensamentos que são traduzidos em uma pluralidade infinita de ritos. Ao falarmos destes temas devemos ter responsabilidade e clareza de idéias, sabermos diferenciar as coisas e creditar corretamente seus pontos principais, é isso que buscamos nessa "série" e convidamos os leitores independentemente das suas opiniões formadas à mergulharem conosco neste estudo que é também um resgate histórico da religião.    

Chamamos Vertentes de Umbanda as "escolas" ou correntes de pensamento que praticam a religião umbandista por outros métodos e até por diferentes perspectivas, porém, não perderam as bases alicerçadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, elas incluem ou não certos preceitos e rituais em suas realizações, possuem concepções próprias sobre o sagrado, podem recorrer ou não a determinadas obras literárias como guia base de doutrinação, enfim são todas as partes do "TODO" que constitui a Umbanda...      



Benjamin Gonçalves Figueiredo
UMBANDA ESOTÉRICA, O INÍCIO...

Não é consenso em todas as correntes de Umbanda que as manifestações ocorridas por volta de 1.920, com o médiumBenjamin Gonçalves Figueiredo que manisfestara o Caboclo Mirim, seriam os primeiros passos de uma corrente "Esotérica e Iniciática" na religião, pois do próprio Caboclo o médium recebia novas orientações em uma sessão espírita, onde sua família praticava regularmente a doutrina. Orientações que seriam referentes ao novo modelo que passariam a praticar conhecido como Umbanda.

Quando afirmamos que estas colocações não são um "consenso", é porque, interpretações em livros ou de livres pensadores e até de militantes podem variar e se contradizerem inclusive em alguns casos deixam tais informações entrelinhas, nós entendemos que sim esse foi o marco inicial do movimento "Esotérico e Iniciático" da religião, em História da Umbanda- Uma Religião Brasileira de Alexandre Cumino, na página 89 do primeiro capítulo encontramos uma resumida definição sobre a Umbanda Esotérica e Iniciática do qual seu autor pontua..."Os fundamentos esotéricos da Umbanda foram organizados pela Tenda Espírita Mirim e apresentados, alguns deles, no Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda..." Em outro trecho verificamos novamente esta afirmativa..."A primeira Escola Iniciática Umbandista foi o Primado de Umbanda, mais uma iniciativa do Caboclo Mirim..."                

Então, 13 de Março de 1.924 no Rio de Janeiro foi fundada a Tenda Espírita Mirim sob a dirigência espiritual do Caboclo Mirim pelo aparelho Benjamin Figueiredo, uma nova organização com especificidades bem definidas, algumas delas listamos para uma melhor visualização e facilitação de entendimento:

  1. Influências de correntes filosóficas Ocultistas, Teosofistas e Espíritas Kardecistas.
  2. Aboliram o altar com santos católicos que representava o sincretismo com os Orixás, permanecendo apenas uma imagem de Cristo no centro e elevado acima das cabeças com a inscrição "O Médium Supremo".
  3. Atabaques foram trocados por tambores que eram tocados por Ogãs sentados.
  4. Uniformes brancos acompanhados de calçados fechados, o uso de guias também foi vetado bem como qualquer outro ornamento.
  5. Não praticavam em seus ritos as manifestações mediúnicas dos Exús e Pomba-Giras, porém reconheciam suas atuações.   

    Dos Orixás reconhecidos e cultuados pela Tenda Mirim encontramos Oxalá, Oxossi e (Jurema), Ogum, Iemanjá, Oxum, Nanã, Iansã e Xangô. Outro fator preponderante desse movimento eram os postos de hierarquia que constituíam toda a estrutura sacerdotal dos médiuns, essa é outra característica marcante das correntes Esotéricas e Iniciáticas ainda hoje, classificavam os trabalhadores conforme seu grau de desenvolvimento nas tarefas mediúnicas e trabalhos extras efetuados dentro do templo, sob rígidos critérios estabelecidos pois a disciplina era fator primordial na Tenda Mirim. No caso deles utilizavam-se de nomes da língua Nheengatu do tronco nativo Tupi, no excelente artigo "O LEGADO DE BENJAMIN FIGUEIREDO"   que podemos verificar no Blog "Fraternidade Umbandista Luz de Aruanda",  a lista dos postos hierárquicos são dispostos da seguinte maneira:

    • 1º Grau: Bojámirins - Entidades dos médiuns Iniciantes (I)
    • 2º Grau: Bojás - Entidades dos médiuns de Banco (B)
    • 3º Grau: Bojáguassús - Entidades dos médiuns de Terreiro (T)
    • 4º Grau: Abarémirins - Entidades dos Sub-Chefes de Terreiros (SCT)
    • 5º Grau: Abarés - Entidades dos Chefes de Terreiros (CT)
    • 6º Grau: Abaréguassús - Entidades dos Sub Comandantes Chefes de Terreiros (SCCT).
    • 7º Grau: Morubixabas – Entidades dos Comandantes Chefes de Terreiros (CCT).                      
    O processo de politização que visava além da expansão do movimento buscava também alguma maneira legitimar a religião por meios legais e civis, já que a discriminação e perseguição aos umbandistas eram recorrentes nestes tempos, os processos federativos dentro da Umbanda foram iniciados por Zélio de Moraes com orientação  do Caboclo das Sete Encruzilhadas em 1.939, com  a criação da União Espiritista de Umbanda do Brasil. Benjamim Figueiredo também orientado pelo seu "mentor", o Caboclo Mirim, fundava juntamente com outras lideranças filiadas as suas propostas em 1952 o Primado de Umbanda, onde fomentou diversas atividades que visavam: A uniformização dos cultos para os associados e confederados, inaugurou a Escola Iniciática e convergiu em articulações com outras lideranças, nascentes e as já conhecidas, para a organização dos segundo e terceiro congressos em 1961 e 1973 respectivamente. O Primado chefiado por Benjamin Figueiredo, cresceu como Instituição e agregou inúmeras Tendas de Umbanda em vários estados, juntou-se inclusive com lideranças de seguimentos distintos, segundo as fontes, sempre em busca de um denominador comum para a religião. Ainda hoje a "corrente de umbanda do Caboclo Mirim" é atuante e influente dentro do movimento.        

    Primado de Umbanda no Maracãnazinho – 1965 (Festa de IV Centenário da cidade do Rio)
    OUTRAS LIDERANÇAS...

    Conforme citamos na primeira parte do texto a Umbanda é uma religião que abarca uma centena infinita de consciências e a cada grupamento de trabalho enfaixa determinantes aspectos que são pertinentes e necessários segundo suas próprias visões de mundo, além é claro dos seres espirituais que os dirigem. Ainda no terreno da Umbanda Esotérica encontramos alguns personagens que merecem nossa atenção, pois, muito contribuíram para o desenvolvimento da religião. 


    W.W. da Matta e Silva
    Woodrow Wilson da Matta e Silva mais conhecido como (W.W. da Matta e Silva)era o Mestre  Ypacani da corrente de Umbanda Esotérica, fundador da Tenda Umbandista Oriental (T.U.O.), no estado do Rio de Janeiro. Sua relação com os fenômenos mediúnicos iniciou-se ainda na adolescência e aos 21 anos já dirigia seu próprio terreiro. A partir da década de 1950, Matta e Silva dirigido espiritualmente por Pai Guinédaria início  corrente Iniciática e Esotérica na Umbanda.

    Quando citamos o fato de que não é consenso por todas lideranças umbandistas e por seus pesquisadores sobre o surgimento da "escola" esotérica na cronologia histórica da religião após o advento do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Identificar qual o período deu-se tais revelações e ajustamentos, se ocorreram  com Benjamin Figueiredo ou com W.W. Matta e Silva, nesta pesquisa identificamos outros autores e trabalhos publicados na internet que creditam a W.W. Matta e Silva ser o anunciador de tal corrente.

    Diamantino Fernandes Trindade que além discípulo da corrente é escritor, pesquisador e conhecido por muitos como o Historiador da Umbanda, em seu blog Mandala dos Orixás que inclusive indicamos em nosso mural, escreve sobre Matta e Silva..."Na década de 1950 ocorreu o terceiro evento importante do Movimento Umbandista por meio de W.W. da Matta e Silva, Mestre Yapacani que além de revolucionar conceitos doutrinários da Umbanda praticada até então, possibilitou através da sua mediunidade, as manifestações do Pai Guiné, o terceiro grande enviado do Astral para direcionar o Movimento Umbandista...". O direcionamento citado culminaria em 09 (nove) obras literárias e na instituição peculiar na forma de praticar Umbanda Esotérica e Iniciática. As obras publicadas por ele foram:

    • Umbanda de Todos Nós.
    • Umbanda - Sua Eterna Doutrina.
    • Doutrina Secreta da Umbanda.
    • Lições de Umbanda (e Quimbanda) na Palavra de um "Preto-Velho".
    • Mistérios e Práticas na Lei de Umbanda (originalmente, Mistérios e Práticas da Lei de Umbanda).
    • Segredos da Magia de Umbanda e Quimbanda.
    • Umbanda e o Poder da Mediunidade.
    • Umbanda do Brasil.
    • Macumbas e Candomblés na Umbanda (não reeditada postumamente).
    Outo autor que registra os feitos de W.W. da Matta e Silva e os credita como pioneiros no campo da Umbanda Esotérica é Rivas Neto, discípulo fiel do médium que além de sacerdote, escritor é reitor daFaculdade de Teologia Umbandista, registrou ainda na apresentação de seu livro "Umbanda A Proto-Síntese Cósmica" as seguintes palavras...
    "...A partir de 1956, com o lançamento do livro Umbanda de Todos Nós, novo alento foi dado à Umbanda por Mestre Yapacany (W. W. da Matta e Silva) que viria mostrar o aspecto oculto do conhecimento trazido pelas entidades militantes nesse movimento. Em mais oito obras, Mestre Yapacany desenvolveu as bases da escrita sagrada da Lei de Pemba, a hierografia umbandista, apresentou os fundamentos da metafísica da Umbanda e revelou a conexão com o sistema cosmogônico ligado à cabala ário-egípcia, descrito em 1911 por Saint-Yves d'Alveydre em seu L'Archéomètre.
    Apesar de toda a contribuição filosófica e científica dada à Umbanda por Mestre Yapacany, na denominada Umbanda Esotérica, as mudanças práticas no sistema ritualístico foram modestas, considerando-se que a profundidade da doutrina era alcançada por poucos e raros iniciados, não havendo um método sistemático de transmissão de conhecimento, nem uma organização templária capaz de conduzir os neófitos aos patamares superiores da iniciação, a não ser que uma predisposição inata se fizesse sentir de maneira muito evidente..." 
    Como em todas as vertentes que existem na Umbanda, suas aplicações e explicações têm um conjunto de orientações que geralmente são segmentadas por obras literárias básicas, no caso da Umbanda Esotérica liderada por W.W da Matta e Silva foram nove registros que servem como condução para qualquer neófito, em especial o livro Umbanda de Todos Nós, traz aspectos bem particulares da visão de alguns fundamentos pelo autor que ainda hoje são pesquisados e reescritos em toda a Umbanda seja por novos pesquisadores ou novas lideranças afim de reinterpretá-las conduzindo seus assistidos para uma prática cada vez mais racionalizada. Assim seu autor define a Umbanda..."UMBANDA é a Lei Máter que regula os fenômenos das manifestações e comunicações entre os Espíritos do Mundo Astral e o Mundo da Forma.É a RELIGIÃO ORIGINAL, o próprio ELO VIVENTE revelado pelo VERBO CRIADOR que os Sacerdotes e Iniciados das antigas Escolas, em parte ocultaram e em parte ensinaram, perdendo-se depois no emaranhado das ambições e perseguições, confundindo-se, em ramificações, as poucas verdades que se conservam ainda, através de vários setores, ditos espiritualistas, filosóficos e religiosos..."

    Alguns pontos que podemos observar na primeira obra de Matta e Silva, são conceitos e fundamentações sobre a Umbanda e sua origem, inclusive explicações acerca da palavra AUM BAN DAque surge das relações com grafias primárias que originaram todas as outras do alfabeto Adâmico ou Vatan a muito perdido no tempo...

         
    Explicações acerca dos Orixás também podem ser encontradas, e à eles primeiramente não atribuiu os sincretismos  formados  com os santos católicos, como vemos em outras correntes com a compreensão e o alerta que a Umbanda não fosse um "apêndice" da religião católica. Apresenta o conceito de "Vibrações Originais" para os Orixás, com cada uma delas (vibrações) sendo chefiadas por 07 (sete) espíritos de Deus não incorporantes, ou seja, existem para cada linha original sete entidades personificadas como Caboclos que são os responsáveis cósmicos no plano material por estas vibrações... 
    1. VIBRAÇÃO DE ORIXALÁ (ou OXALÁ)
    2. VIBRAÇÃO DE YEMANJÁ
    3. VIBRAÇÃO DE XANGÔ
    4. VIBRAÇÃO DE OGUM
    5. VIBRAÇÃO DE OXOSSI
    6. VIBRAÇÃO DE YORI
    7. VIBRAÇÃO DE YORIMÁ        

    Grafia de Orixalá
    Grafia de Yemanjá
             


    É inegável os conhecimentos que W.W. da Matta e Silva proporcionou para os umbandistas e ainda proporciona nos tempos atuais com o conjunto de suas obras, tanto no meio esotérico como nas demais vertentes da religião sobretudo para aqueles que não são fechados à novos conhecimentos e se permitem alargar os horizontes.

    A repercussão de seus livros nunca foram unanimes em aceitação e isso era fruto de uma característica própria do autor, não poupava críticas em seus textos à concepções e práticas que considerava inadequadas, era um combatente ferrenho da comercialização dentro da religião que já existia naquela época, e que continua até os dias atuais. Não percebemos nenhum envolvimento de sua vertente com movimentos federativos ou políticos, Matta e Silva se posicionava quase que sempre pelas obras literárias e no Jornal de Umbanda localizado à Rua Acre, 47, 6o andar, sala 608 segundo Diamantino Fernandes Trindade, desencarnou em 17 de Abril de 1988 no Rio de Janeiro.

    CONCLUSÕES

    Esperamos que os leitores tenham compreendido e estabelecido os marcos que iniciaram a corrente Esotérica e Iniciática, dentro do período histórico percorrido pela religião desde sua anunciação com o Caboclo das Sete Encruzilhadas em 1908.O que apresentamos são os fragmentos de uma ordem de acontecimentos com pessoas e instituições que dedicaram boa parte de suas existências em prol da Umbanda conforme suas próprias convicções e entendimentos.

    Adiantamos aos que possam nos interpretar de maneira equivocada por termos estabelecido dentro do texto a apresentação primeiramente de Benjamin Figueiredo e posteriormente W.W da Matta e Silvacomo se um fosse seguidor do outro ou estivesse apenas realizando algo para "combater" a verdade alheia, afirmamos categoricamente que NÃO! Apenas organizamos os acontecimentos dentro de uma ideia cronológica linear, não fazemos nenhuma interconexão com os movimentos liderados pelos dois mesmo que existam algumas semelhanças, pois, entendemos que ambos fazem parte do cenário Esotérico e Iniciático da Umbanda mas realizaram isso cada qual por circunstâncias diferenciadas e respeitamos que não sejam aceitas pelos seguidores de ambos os movimentos e por diversos pesquisadores.

    Reconhecer a importância da vertente dentro do movimento e suas realizações é nosso dever, entender que a verdade proclamada não é absoluta, é a consciência que todos devemos ter. Que a Umbanda jamais tenha qualquer codificação uniformizadora e poder central político que lembre outras religiões esses são nossos votos ! Axé e boa semana !                 

    REFERÊNCIAS E LINKS :

    História da Umbanda no Brasil (Diamantino Fernandes Trindade)
    História da Umbanda - Uma religião brasileira (Alexandre Cumino)
    Umbanda a Proto-Síntese Cósmica (F. Rivas Neto)
    Umbanda de Todos Nós (W.W. da Mata e Silva) 

    Fraternidade Umbandista Luz de Aruanda - O Legado de Benjamin Figueiredo
    Mapeamento da estrutura iniciatica
    Mandala dos Orixas - W.W da Matta e Silva
    Tenda Espirita Mirim.
    https://tepma.files.wordpress.com/2011/08/umbanda-a-proto-sc3adntese-cc3b3smica-yamunisiddha-arhapiagha-f-rivas-neto.pdf