ELEGUÁ*
✨ ELEGUÁ — O Guardião das Encruzilhadas, Senhor dos Caminhos e Primeiro a Ser Chamado ✨
(Com oferendas tradicionais e práticas respeitosas)
Eleguá é o mais poderoso dos Orixás — e o mais jovem, pois é uma criança eterna, brincalhona, astuta e imprevisível. Ele abre e fecha caminhos, transmite mensagens entre os Orixás e os humanos, e detém as chaves do Céu e da Terra.
Por isso, toda cerimônia começa com ele — com respeito, doçura e firmeza.
🍬 Oferendas Tradicionais para Eleguá
Eleguá adora coisas simples, coloridas e doces — afinal, é uma criança! Abaixo, algumas oferendas comuns em casas de axé, respeitando os fundamentos do Candomblé:
🌈 Alimentos e Bebidas
- Amendoim torrado (sempre oferecido em número ímpar: 3, 7, 21)
- Milho cozido ou canjica doce
- Pipoca doce com mel e dendê
- Cocada branca ou preta
- Mel com azeite de dendê (misturado em pequena quantidade)
- Cachaça ou vinho tinto (em taça pequena ou garrafinha)
- Doces de leite, goiabada, rapadura
🎁 Itens Simbólicos
- Bolinhas de gude coloridas
- Bonequinhos de brinquedo (pequenos)
- Moedas antigas ou moedas de cobre
- Penas coloridas (especialmente vermelhas e pretas)
- Pimenta malagueta (em pequena quantidade, para “acordar” a energia)
🕯️ Local de Oferecimento
- Encruzilhadas (sempre com permissão espiritual e orientação de um zelador)
- Portas de casa (em pequeno prato ou gamela, virado para fora)
- Pés de árvores (como a gameleira-branca, com autorização da natureza e do Orixá)
- Altar pessoal ou igbá consagrado (em casas de axé)
⚠️ Importante: Nunca ofereça carne, sal, alho ou cebola a Eleguá — esses elementos não fazem parte de sua tradição no Candomblé de raiz yorubá/nagô.
🔮 Práticas Respeitosas (Magias Simples com Eleguá)
No Candomblé, não se fala em “magia” no sentido ocidental, mas em trabalhos de axé, ritos de abertura de caminhos e pedidos com fundamento. Tudo deve ser feito com respeito, intenção clara e orientação espiritual.
1. Abertura de Caminhos (Trabalho Simples)
- Material: 7 grãos de amendoim torrado, 1 colher de mel, 3 gotas de dendê, 1 vela vermelha e preta.
- Como fazer:
Em uma segunda-feira, ao amanhecer, coloque os ingredientes em um pratinho branco. Acenda a vela ao lado e diga com fé:“Eleguá, meu senhor das encruzilhadas, abre meus caminhos, afasta o que me atrapalha e traz sorte, trabalho e alegria pra minha vida. Axé!”
Deixe por 24h em local seguro. Depois, leve a uma encruzilhada ou jogue em local limpo da natureza (com respeito).
2. Proteção na Porta de Casa
- Coloque 3 moedas de cobre, 1 pimenta malagueta seca e 1 bolinha de gude vermelha em um saquinho de pano preto ou vermelho.
- Pendure acima da porta de entrada (do lado de dentro).
- Renove a cada 21 dias ou quando sentir necessidade.
3. Pedido de Comunicação Clara
- Se você precisa falar algo importante (entrevista, conversa difícil, negociação), acenda uma vela pequena vermelha na véspera.
- Ofereça um copo com água, mel e 3 grãos de amendoim.
- Peça:
“Eleguá, mensageiro dos Orixás, que minhas palavras sejam ouvidas com clareza e que meu caminho seja aberto com justiça.”
🙏 Lembre-se Sempre:
- Eleguá não é “o diabo” — é força vital, movimento, liberdade e equilíbrio.
- Nunca faça trabalhos com raiva, vingança ou maldade — Eleguá responde à intenção.
- Sempre agradeça após um pedido atendido — com uma oferenda simples ou uma oração sincera.
- Respeite os fundamentos da sua casa de axé — cada linha tem suas particularidades.
🕊️ Axé, Eleguá!
Que suas travessuras nos ensinem leveza,
seus caminhos nos guiem com sabedoria,
e sua presença nos proteja em cada encruzilhada da vida.
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Eleguá é o mais poderoso dos Orixás e o menor de todos eles,porque é uma criança.Vez ou outra,apronta alguma.No entanto é fácil agradar-lhe com um quitute ou um brinquedo.Guardião das portas das casas e detentor das chaves do Céu e da Terra,trabalha como espião e mensageiro dos demais Orixás e pode influir nos acontecimentos;é o Orixá dos destinos.No Brasil é conhecido também como Exu Elegbára.Seu dia do ano é 1°de Janeiro,e da semana é 2° feira.
A importância de ELEGUÁ é tanta que todas as cerimônias começam com uma invocação ao ORIXÁ, que tanto pode ser oral, cantada, ou por meio de três golpes sobre a superfície. Desta maneira se solicita a permissão para iniciar qualquer tipo de cerimônia.
ELEGUÁ ou ELEGBARA (ELEGUARA) atua nos cultos como dono e senhor de todos os caminhos. É ele quem abre e fecha as portas, marca as encruzilhadas e de certa forma, é o dono de porvir o futuro. Qualquer ação que se acometa na vida, especialmente se se tratar de viagens ou iniciativas econômicas, deverá se consultar a ELEGUÁ.
É um ORIXÁ um tanto ciumento, porque se realiza uma oferenda a qualquer outro santo, primeiro se deve fazer a ele. Não importa que a oferenda seja de comidas, flores, licores, etc. Eleguá deverá ser sempre o primeiro a recebê-la ou degustá-la.
ELEGUÁ domina as quatro esquinas do mundo, o centro da Terra e todos os caminhos que por ela transcorrem. É o ORIXÁ que nos abre as portas até as realizações e não obedece mais que sua própria vontade. O azar, o destino, a esperança, o imprevisto, a felicidade, o caráter imprescindível do destino, a tragédia e a boa e má sorte, pertencem a ELEGUÁ. A ele sempre lhe dedicam três toques de tambor (AÑA BATÁ).
É o ORIXÁ que forma parte da trilogia dos santos guerreiros, junto com OGUN e OXÓSSI.Costumam andar sempre juntos e habitam em uma “casinha” ou pequeno receptáculo atrás da porta de entrada da casa. Mas além da trilogia citada, é importante mencionar que a ELEGUÁ também o acompanha EXÚ, que é o ORIXÁ que representa a encarnação dos problemas inerentes ao ser humano.
Ainda que falaremos de EXÚ posteriormente, convém citar que para os OMO ORIXÁS, a casa representa o refúgio e santuário que os protege dos golpes do destino. Portanto, ELEGUÁ reside em um umbral de sua morada, marcando a fronteira entre o mundo íntimo e exterior. Mas como não pode existir o bem sem o mal, nem a tranquilidade sem a inquietude, a EXÚ convém se instalar em um lugar fora de casa. Quando no domicílio se apresentam discussões e problemas, se diz que EXÚ entrou e veio fazer uma visita.
ELEGUÁ vive em uma casa de barro e se lhe deve representar com um coco, mas são mais comuns os elaborados com pedra e cimento. Estes últimos têm bocas, olhos, nariz e orelhas feitas de caracóis ou cawries (búzios). Todos eles levam seu “mistério” e devem ser entregados por um OMO ORIXÁ ou BABALAWÓ e contém poderes e proteção para o iniciado.
As cores favoritas de ELEGÚA são o vermelho e o negro, e se lhe adorna com um colar de contas dessas cores, que personificam a vida e a morte, o princípio e o fim. As oferendas que mais o agradam são o tabaco (charuto), pequenos peixes cozidos ou crus, milho tostado com manteiga, os cabritos e os pequeninos pintinhos. ELEGUÁ não suporta cebola. Aprecia velas e os doces, a goiaba é sua fruta predileta.
Curiosamente ELEGUÁ toma como seus um monte de objetos, como podem ser apitos, os facões, chocalhos, os chapéus, as moedas de prata, pedacinhos de ouro e cocos secos decorados.
Quando montado ou de posse de um fiel, deve colocar-se imediatamente atrás da porta da casa ou templo, que é em definitivo seu lugar religioso. Dança e se comporta como um menino faz caretas e inventa jogos; nunca está quieto e entra e sai da casa fazendo piadas que somente em escassos momentos, podem até chegar a ser eróticas. A roupa de ELEGUÁ se relaciona com suas cores favoritas, ou seja, vermelha e preta adornada com contas de ditas cores e caracóis ou cawries (búzios).
Os filhos de ELEGUÁ são muito hábeis e inteligentes, mas pouco constantes em suas iniciativas e propósitos. Muito dados a minimizar e a divergir, podem chegar a tocar no limite entre a legalidade e o que é ilegal e fraudulento. Não obstante, sempre serão encantadores e muito propensos a desenvolver suas funções dentro de altos cargos empresariais ou políticos.
Kobá Laroyê
Ifá Ni L’Órun
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