Maria Padilha dos 7 Punhais: A Dama da Paixão, da Justiça e da Vingança Sagrada
Maria Padilha dos 7 Punhais: A Dama da Paixão, da Justiça e da Vingança Sagrada
Ela não nasceu Pomba Gira. Nasceu mulher — de carne, sangue, sonhos e lágrimas.
Seu nome era Isabel de Almeida, mas o mundo a conheceu como Maria Padilha.
E sua história… é de amor, traição, dor… e, por fim, redenção eterna.
A Menina de Sangue Quente
Maria nasceu em Lisboa, no século XVIII, filha de Dona Elvira, uma costureira viúva de origem cigana, e de Dom Estêvão Padilha, um nobre português que a amou em segredo, mas jamais assumiu. Criada entre bordados e rezas, Maria cresceu com olhos de fogo e coração de tempestade. Herdou da mãe a intuição, da linhagem cigana o dom da vidência — e do pai, a altiveza que jamais se curvou.
Jovem e bela, foi enviada a Madri, onde serviu na corte de um duque. Lá, conheceu Antônio de Lemos, um oficial do exército espanhol, com quem se apaixonou perdidamente. Juraram amor eterno sob as estrelas da Andaluzia. Mas o destino é cruel com os que amam demais.
Antônio prometeu casamento… mas desposou uma herdeira rica.
Maria, grávida e abandonada, foi expulsa da corte como “meretriz”.
O Exílio e o Sangue
Desonrada, voltou a Lisboa. Sua mãe já havia morrido. Sozinha, com o ventre inchado e o coração partido, embarcou num navio para o Brasil, em busca de recomeço. Chegou ao Rio de Janeiro em 1783. Ali, mudou seu nome para Maria Padilha — em homenagem ao pai que a negou, mas cujo sangue corria em suas veias.
Tornou-se cortesã nas ruas do centro da cidade. Não por luxúria, mas por sobrevivência. Seu salão era frequentado por generais, poetas, comerciantes e políticos. Todos caíam aos seus pés. Todos… menos um.
Capitão Henrique Moura, homem casado, jurou-lhe amor eterno. Prometeu levá-la para longe, casar-se em segredo, criar seu filho. Maria, ainda ingênua no amor, acreditou. Entregou-se de corpo e alma.
Mas Henrique a traiu.
Contou à esposa que Maria o enfeitiçara.
E, numa noite de lua cheia, mandou prendê-la.
A Morte e os 7 Punhais
Levada à força para um porão escuro, Maria foi acusada de bruxaria.
Não teve julgamento.
Não teve defesa.
Na madrugada de 7 de setembro de 1785, sete homens — entre eles Henrique — entraram no cárcere.
Cada um trazia um punhal.
Cada um cravou uma lâmina em seu corpo:
— Um no coração.
— Um no ventre.
— Um na garganta.
— Um em cada mão.
— Um em cada pé.
Morreu gritando:
“Que minha dor se torne poder! Que meu sangue seja justiça! Que ninguém mais sofra como eu!”
Seu corpo foi jogado no mar.
Mas sua alma… nunca descansou.
A Ascensão: Da Tragédia à Divindade
No plano espiritual, sua dor foi ouvida por Exu, o Senhor dos Caminhos, e por Oxum, a orixá do amor, da beleza e das águas doces.
Oxum, comovida com sua história, abraçou sua alma e a levou para as encruzilhadas.
Exu, reconhecendo sua coragem e sede de justiça, deu-lhe 7 punhais de fogo — símbolo de sua autoridade.
Assim nasceu Maria Padilha dos 7 Punhais:
— Pomba Gira da linha das Almas,
— Comandada por Oxum,
— Guiada por Exu,
— Rainha das Encruzilhadas,
— Mãe dos injustiçados, dos traídos, dos apaixonados e dos vingadores sagrados.
Ela não é do mal.
Ela é da verdade.
Ela não é da maldade.
Ela é da justiça quando a lei falha.
Como Maria Padilha Trabalha
Maria Padilha atua na Linha das Almas, mais especificamente na Falange das Pombas Giras.
Ela é comandada pela orixá Oxum, mas tem forte ligação com Exu, que lhe dá acesso aos caminhos fechados.
Ela ajuda em:
- Amor verdadeiro (e também em separar casais falsos),
- Justiça espiritual,
- Proteção contra traições,
- Abertura de caminhos financeiros,
- Vingança justa (nunca por maldade, mas por equilíbrio).
Seu ponto de força é a encruzilhada, mas também trabalha em cemitérios, baixadas e campos de força.
Como Montar o Altar de Maria Padilha dos 7 Punhais
🕯️ Local: Um canto escuro e reservado da casa, ou um espaço ao ar livre (como jardim ou varanda).
🌹 Toalha: Vermelha (paixão) com detalhes em preto (mistério).
🕯️ Velas: 7 velas vermelhas (uma para cada punhal). Acenda sempre às sextas-feiras à noite.
🥂 Taça: Cristal ou vidro vermelho, com vinho tinto doce (nunca seco).
🌹 Flores: Rosas vermelhas (7 pétalas no mínimo).
🔪 Símbolos: 7 punhais de metal (ou facas de madeira), um espelho, um leque vermelho, perfume de flor de laranjeira ou jasmim.
💎 Pedras: Quartzo rosa, rubi, granada.
📿 Proibido: Sal, alho, imagens de santos católicos (ela é entidade de esquerda — respeite sua natureza).
Oferendas para Situações Específicas
1. Para atrair amor verdadeiro:
- Ofereça 7 rosas vermelhas, 1 taça de vinho doce, 1 pão doce e 1 colher de mel na encruzilhada.
- Peça: “Maria Padilha, rainha dos corações, traga-me um amor que me respeite, me honre e me ame como eu mereço.”
2. Para afastar traição ou inveja:
- Acenda 7 velas vermelhas em frente ao altar.
- Coloque 7 cravos vermelhos em um copo com água e sal grosso (fora do altar — só para descarrego).
- Diga: “Maria dos 7 Punhais, corte com sua lâmina todo olho que me vigia, toda boca que me difama, todo coração que me trai.”
3. Para justiça em processos ou dívidas:
- Ofereça 7 moedas antigas (ou moedas comuns) em um pano vermelho, junto com 1 taça de vinho.
- Enterre na raiz de uma árvore forte (como a figueira).
- Peça: “Maria Padilha, senhora das causas perdidas, faça justiça onde a lei falhou. Que meu direito seja reconhecido.”
Uma Magia Simples para Abrir Caminhos (com autorização espiritual)
Ingredientes:
- 1 vela vermelha
- 1 taça de vinho doce
- 7 pétalas de rosa vermelha
- 1 punhal simbólico (ou faca de cozinha limpa)
Ritual:
Na sexta-feira à noite, acenda a vela. Coloque as pétalas em círculo ao redor. Com o punhal, trace um “X” no ar (símbolo de Exu) e diga:“Maria Padilha dos 7 Punhais,
Filha de Oxum, irmã de Exu,
Abra meus caminhos com seu fogo sagrado.
Corte o que me prende,
Ilumine o que me guia,
E traga justiça ao meu destino.
Assim seja!”Deixe a vela queimar até o fim. Ofereça o vinho na terra no dia seguinte.
Conclusão: A Dama que Nunca se Curvou
Maria Padilha não é uma entidade para ser invocada por capricho.
Ela é força, dignidade, fúria sagrada.
Ela responde àqueles que têm coragem de enfrentar a verdade — mesmo quando dói.
Se você a chamar com respeito, com coração limpo e intenção justa…
Ela virá.
Com seus 7 punhais flamejantes.
Com seu leque de seda.
Com seu riso que encanta… e sua ira que transforma.
Porque Maria Padilha não morreu.
Ela renasceu —
para ser a voz dos que não têm voz,
a espada dos que não têm justiça,
e o abraço dos que ainda acreditam no amor.
“Quem me invoca com verdade,
nunca caminha sozinho.”
— Maria Padilha dos 7 Punhais
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