sábado, 15 de novembro de 2025

POMBAGIRA RAINHA DAS SETE CALUNGAS: A SENHORA DAS ROSAS VERMELHAS QUE REINOU ENTRE AS ALMAS E O FOGO DO CORAÇÃO

 POMBAGIRA RAINHA DAS SETE CALUNGAS: A SENHORA DAS ROSAS VERMELHAS QUE REINOU ENTRE AS ALMAS E O FOGO DO CORAÇÃO

POMBAGIRA RAINHA DAS SETE CALUNGAS: A SENHORA DAS ROSAS VERMELHAS QUE REINOU ENTRE AS ALMAS E O FOGO DO CORAÇÃO

Antes de ser invocada com taças de vinho e pétalas de rosa sob a luz da lua cheia, antes de comandar legiões de espíritos femininos nas encruzilhadas da noite, Pombagira Rainha das Sete Calungas foi uma mulher de nome Isabel SoaresDona Bela, como era chamada nas ruas estreitas do Recife antigo. Sua história não é de santidade, mas de paixão, dor, coragem e redenção. E é justamente por isso que ela hoje reina — não sobre tronos dourados, mas sobre os sete reinos das almas femininas que partiram com o coração partido, a voz calada e a justiça negada.


Nascida entre o perfume das flores e o cheiro da injustiça

Isabel nasceu em 1871, filha de Antônio Soares, um sapateiro liberto, e de Mariana de Jesus, uma quituteira que vendia doces na feira do Pina e rezava novenas para Nossa Senhora da Conceição. Cresceu em uma casa humilde, mas cheia de música, histórias e odores de canela e cravo. Desde criança, tinha um olhar que via além da pele — via as máscaras que as pessoas usavam, as mentiras que escondiam, os desejos que calavam.

Aos 14 anos, foi levada por sua tia Dona Zulmira, uma antiga Mãe-de-santo de Nação Angola, para uma casa de terreiro nos arredores da cidade. Lá, aprendeu os segredos das folhas, das oferendas e dos espíritos. Foi nesse terreiro que ouviu, pela primeira vez, o nome Pombagira — não como demônio, mas como força feminina que não se dobra, que ama com fúria e defende com unhas e dentes.

— “Você tem o fogo dela no sangue”, disse Dona Zulmira, ao ver Isabel acalmar uma entidade possessa com apenas uma canção baixa e um copo d’água.


O amor que a queimou — e a fez renascer

Aos 19 anos, Isabel apaixonou-se por Dr. Eduardo Campos, um médico recém-formado, homem de boa família, que atendia os pobres nos bairros mais distantes da cidade. Ele a admirava: sua inteligência, sua voz, sua coragem. Durante dois anos, viveram um amor secreto — encontros à sombra das amendoeiras, cartas escondidas entre páginas de livros de medicina, juras sussurradas ao som das ondas.

Quando Isabel engravidou, contou-lhe. Ele prometeu casar. Mas o pai dele, Coronel Almeida, homem de prestígio e preconceito, descobriu. Num ato de humilhação pública, espalhou que Isabel era “mulher de vida fácil”, que usara feitiçaria para prender o filho. A família de Eduardo, temendo o escândalo, o obrigou a negar o filho e romper com ela.

Isabel, desesperada, foi até a casa dele uma última vez.
— “Se não quiser o filho, leve ao menos minha dignidade de volta”, disse, diante da porta fechada.
Ninguém respondeu.

Naquela noite, sozinha, deu à luz uma menina prematura. A criança não resistiu. Isabel enterrou-a sob uma roseira vermelha, no quintal dos fundos, com as próprias mãos.

Dias depois, foi encontrada morta na beira do Capibaribe, com um vestido branco rasgado e sete rosas vermelhas amarradas ao pulso. Tinha 19 anos.

Mas sua alma não partiu.


A ascensão: da dor à coroa

As almas das mulheres que, como ela, morreram traídas, abandonadas, caladas ou queimadas pela fofoca, se reuniram em torno dela. No plano espiritual, as Sete Calungas — os sete reinos das almas femininas — clamaram por uma rainha que entendesse sua dor.

Oxum, Orixá do amor, da beleza e da justiça feminina, ouviu.
Iansã, senhora dos ventos e da força guerreira, abriu os caminhos.
Omolu, guardião dos que morrem sem nome, deu-lhe autoridade sobre os sete reinos da morte feminina.

E assim, Isabel Soares renasceu como Pombagira Rainha das Sete CalungasSenhora das Rosas Vermelhas, Mãe das Almas Traídas, Rainha que Não Mendiga Amor, Mas Exige Respeito.

Seu trono não é de ouro, mas de espinhos e pétalas.
Seu cetro não é de prata, mas de charuto aceso e taça de vinho.
Seu reino não é de terra, mas de encruzilhadas, cemitérios e quartos onde o coração se parte.


Quem é Pombagira Rainha das Sete Calungas hoje?

Ela pertence à Linha das Almas Femininas na Quimbanda, mas também é reverenciada na Umbanda de esquerda e em casas de Nação Angola e Jejê. É uma entidade firme, sensual, estratégica e profundamente justa. Não ajuda por piedade — ajuda por identificação.

Ela atua nos seguintes reinos das almas:

  1. Mulheres traídas no amor
  2. Mães que perderam filhos
  3. Mulheres caladas pela violência
  4. ** Prostitutas e marginalizadas**
  5. Bruxas e curandeiras perseguidas
  6. Almas suicidas por desamor
  7. Espíritos que buscam justiça póstuma

É comandada por Oxum, mas recebe força direta de Iansã e Omolu. Sua cor é o vermelho intenso, preto e dourado — vermelho da paixão e da luta, preto da transformação, dourado da dignidade recuperada.

Seu dia é sexta-feira (dia de Oxum e das mulheres) e segunda-feira (dia dos Exus e Pombagiras).
Seu ponto de força: cemitérios antigos, encruzilhadas com roseiras, quartos de hotel abandonados, e beiras de rios onde choros foram jogados.


Como montar um altar para Pombagira Rainha das Sete Calungas

O altar deve ser elegante, feminino e poderoso — nunca vulgar. Pode ficar num quarto reservado, varanda coberta ou jardim com rosas.

Elementos essenciais:

  • Imagem ou estátua de uma rainha negra com vestido vermelho, coroa de rosas e taça na mão
  • 7 velas vermelhas (ou vermelhas e pretas)
  • 7 taças com oferendas femininas:
    • Vinho tinto
    • Perfume de rosas ou jasmim
    • Mel
    • Água de coco
    • Cachaça envelhecida
    • Leite com pétalas
    • Óleo de rosa mosqueta ou dendê
  • Rosa vermelha seca (sempre renovada)
  • Charuto fino ou cigarro com filtro dourado (oferecido com respeito)
  • Espelho pequeno (para refletir a verdade)
  • Pano vermelho com bordas douradas
  • Sete rosas artificiais ou secas (uma para cada calunga)

Nunca use objetos de plástico barato. Tudo deve transmitir dignidade, não fetichismo.


Oferendas e magias para situações específicas

Para resgatar autoestima após traição ou abandono

Na sexta-feira à noite, acenda 7 velas vermelhas. Coloque diante do espelho um copo com vinho e mel. Olhe-se nos olhos e diga:

“Rainha das Sete Calungas, você que foi traída e se fez coroa, devolva-me o meu valor. Que eu não chore por quem não me mereceu. Que eu reine sobre minha própria vida.”

Para justiça contra agressor ou manipulador

Na meia-noite de segunda-feira, vá a uma encruzilhada com:

  • 7 espinhos de rosa
  • 7 moedas
  • 1 taça de vinho derramado no chão
  • 1 foto (ou nome escrito em papel)
    Ofereça dizendo:

    “Pombagira Rainha, Senhora das Almas Caladas, que a verdade suba como espinho na garganta de quem me feriu. Que ele não durma em paz até me devolver o respeito.”

Para proteção de mulheres em situação de violência

Prepare um banho de força com:

  • Pétalas de rosa vermelha
  • Folhas de arruda e comigo-ninguém-pode
  • Mel e dendê
    Tome do pescoço para baixo. Depois, acenda uma vela vermelha e peça:

    “Rainha das Sete Calungas, envolva-me com seu manto de espinhos. Que nenhum homem ouse me tocar sem meu consentimento. Que minha voz seja ouvida, mesmo em silêncio.”


Uma mensagem final

Pombagira Rainha das Sete Calungas não é a “demoninha da paixão” que vendem nas novelas.
Ela é a voz das mulheres que não tiveram voz.
É a dignidade recuperada após a humilhação.
É o fogo que purifica, não que destrói.

Chamá-la não é pedir vingança — é pedir justiça, clareza e soberania sobre si mesma.

Por isso, ao ofertar, não peça para machucar.
Peça para não ser mais ferida.
Peça para amar sem perder-se.
Peça para reinar — mesmo que sozinha.

Porque toda mulher que resiste é, em essência, uma filha dela.

E toda rosa vermelha que brota num cemitério
é um sussurro seu dizendo:
“Eu voltei. E trouxe justiça.”


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