domingo, 28 de janeiro de 2018

COMO É UM OLUBAJÉ ? O QUE ACONTECE NELE ?


Olubajé
O Olubajé é a festa anual em homenagem a Obaluaiê , onde as comidas são servidas na folha  de mamona . Nessa festividade, todos os Orixás participam, com exceção de Xangô e principalmente Osanyin , Oxumarê , Nanã  e Yewá , que são de sua família. Oyá  tem papel importante por ser ela que ajuda no ritual de limpeza e trazer para o barracão  de festas a esteira , sobre a qual serão colocadas as comidas.
Olubajé é ritual especifico para o orixá  Obaluaiê , indispensável nos terreiros  de candomblé , no sentido de prolongar a vida  e trazer saúde  a todos os filhos e participantes do axé . No encerramento deste rito é oferecido no mínimo nove iguarias da culinária afro-brasileira chamada de comida ritual pertinente a vários Orixás, simbolizando a Vida , sobre uma folha chamada "Ewe Ilará " conhecida popularmente como mamona, "altamente venenosa" simbolizando a Morte  (iku) .Diz uma lenda que Xangô, um Rei muito vaidoso, deu uma grande festa em seu palácio e convidou todos os Orixás, menos Obaluaiê, pois as suas características de pobre e de doente assustavam o rei do trovão. No meio do grande cerimonial todos os outros Orixás começaram a notar a falta do Orixá Rei da Terra e começaram a indagar o porquê da sua ausência, até que um deles descobriu de que ele não havia sido convidado.
Todos se revoltaram e abandonaram a festa indo a casa de Obaluaiê pedir desculpas, Obaluaiê  recusava-se a perdoar aquela ofensa até que chegou a um acordo; daria uma vez por ano uma festa em que todos os Orixás seriam reverenciados e este ofereceria comida a todos menos Xangô.
Nascia assim a cerimônia do Olubajé. Porém, existem diversas outras lendas que narram outros motivos sobre o porquê de Xangô e Ogum não se manifestarem no Olubajé.
"O Olubajé é muito mais uma obrigação do que uma festa" - 
Usando essa frase, podemos entender melhor o que é o Olubajé que quer dizer : Olú : Aquele Que; Ba : Aceita; Je : Comer. Ou seja: Aquele que come. E ele tem origem em uma lenda que conta, que um dia houve uma festa no Orun e todos os orixás foram convidados, todos dançaram, porém quando Omolu foi dançar, todos o ridicularizaram pois dançava apontado suas feridas e de maneira desengonçada, e vendo todos rirem dele, no final de sua dança, apontou para todos os orixás e sobre eles jogou uma praga e conforme os dias foram passando, todos ficaram doentes, a terra se tornou improdutiva, foi quando  os omo-orixás pediram para que os Orixás intercedesse junto a Omolu para que tudo voltasse ao normal e então os eles decidiram fazer um grande banquete em homenagem a Omolu, foi então que vendo-se agradado, retirou a praga e disse que a partir daquele momento, todos os anos deveria ser feito o Olubajé em sua homenagem e além disso que servisse como um ebó para todos os omo-orixás.
Esse é um ritual realmente muito importante, além do que é feito em sala, existe todo um preparo que antecede a festa, além de toda a culinária.

O Sabejé
O sabejé é o ato onde Oyá sai com o balaio de pipocas, e as pessoas vão colocando dinheiro em troca de um punhado de pipoca. Porém o sabejé é muito mais do que isso, ele significa a submissão e o sacrifício em nome do orixá, e nos dias de hoje muitas pessoas não sabem que antigamente os filhos de santo no mês de Agosto, saiam realmente as ruas para pedir dinheiro  para poder fazer o olubajé.

Os pratos do Olubajé
No Olubajé são servidas todas as comidas de santo, menos as de Xangô e são elas:

- Feijão Preto Cozido
- Axoxó
- A pipoca, a banana da terra frita, além da farofa de Omolu onde vão os seus axés.
- O feijão fradinho, feijão preto e milho de galinha cozidos com ovo cozido por cima.
- Mostarda refogada.
- Omolokun
- O feijão fradinho, feijão preto e milho de galinha cozidos com ovo cozido por cima.
- Acaráobá
- Acarajé
- Ebô
- Eboyá
- Acaçá 
- Aruá

 Servidos na folha de mamona (Ewèlará: folha do mundo). Em seguida. Todos os presentes na cerimônia devem comer um pouco de cada uma das comidas, utilizando apenas as mãos para comer, e é também obrigatório que todos dancem ao som das músicas e cantigas que vão sendo entoadas em louvor do Orixá.

SIGNIFICADO DE OBI E SUAS PROPRIEDADES MEDICINAIS



Ebora kì ìko èbè fún Obi. (As divindades nunca desconsideram uma súplica feita com Obi).

O Obi que é um fruto africano de uso imprescindível no Candomblé, sem ele nenhuma obrigação é feita. Para que a obrigação, ou outro rito prossiga com aceitação dos Òrísás é necessário uma resposta positiva a ser dada através do Obi. Ele deve ser jogado antes da obrigação para saber se o ritual pode ser realizado e depois de feito para saber se foi aceito pelos Deuses.
O fruto utilizado deve ser o que possui quatro gomos, chamado de Obi Abatá, sua divisão deve ser natural, ou seja é proibido o uso de faca ou qualquer material cortante, para dividi-lo em quatro partes, se naturalmente ele só contiver duas partes.
As duas metades correspondem a dois casais, caso o Obi contenha mais de quatro partes, o excedente deve ser retirado, para que somente as quatro permaneçam.
O local onde o Obi será lançado deve ser plano, no chão ou sobre um prato branco, onde fundamentalmente contenha água. As partes são lançadas simultaneamente, sem manipulação ou lançamento individual.
Uma exceção deve ser feita no uso do Obi como jogo, para o Òrìsá Sàngó deve ser utilizado Orogbò em substituição ao Obi.
O fruto dessa árvore tem uma dimensão tão importante no Candomblé que sua utilização vai desde os rituais de iniciação até a consulta, por meio das suas sementes, para saber se determinada oferenda agrada às Divindades. Em tempos de urbanização acelerada, em que os terreiros têm sua áreas verdes reduzidas ou sob constante ameaça de perda, ter Obi nessa quantidade é uma grande vantagem.
 O Obi é muito usado nos boris, que são rituais ligados à iniciação no culto. “A planta é usada na oferenda e no ritual de cabeça para o feitio de orixá.

Fruto do corpo e do espírito
O Obi é uma planta africana que, como muitas outras, veio para o Brasil por necessidades do culto. É consagrado a Òsáàlá. Saber a quem ele é dedicado já é uma pista para conhecer sua função, não só ritualística – iniciação e adivinhação –mas também medicinal. Na indicação popular ele é tido como estimulante físico e de fertilidade.
“Òsáàlá é o grande Pai de todas as outras divindades. Ele é filho de Olorun, o Deus Supremo. E o OBI é a ligação entre ele, os outros Deuses e a humanidade”, explica o antropólogo, chefe do Departamento da Ufba e ogã da Casa Branca, Ordep Serra.
Dentre as espécies catalogadas, encontra-se o obi, cujo nome científico é Cola acuminata. “O obi tem como princípio ativo a cafeína. O teor dessa substância varia muito. Daí por que ele é usado em processo de iniciação, quando se dá uma importância grande aos conhecimentos traduzidos de forma oral ao qual é necessário manter-se atento, em vigília”, explica Eudes Velozo, doutor em química orgânica, professor de química farmacêutica na Faculdade de Farmácia da Ufba e um dos coordenadores do Projeto Ossain.
A massinha branca que reveste a semente do obi é rica em açúcares. “Esse tipo de experiência nos mostrou o quanto há de sabedoria nesse conhecimento dos terreiros. Exercer o conhecimento das ervas é um cargo no Candomblé em que não é necessária apenas a habilidade mística, mas também o estudo”, acrescenta Velozo.
Um outro aspecto notado pelos pesquisadores é a individualização dos tratamentos, coisa que Velozo diz que a medicina tradicional, a partir da genética, passou a utilizar. “A medicina já reconhece que um remédio não tem necessariamente a mesma eficácia em todas as populações. E isso o povo-de-santo já sabe há muito tempo. A planta que serve para uma pessoa numa determinada situação, não vai necessariamente ser utilizada por outra do mesmo jeito”, diz. Esses cuidados, inclusive, fazem parte de um preceito caro ao povo-de-santo: "a mesma erva que pode salvar, se usada indevidamente, pode matar."
Obi, obi d’água ou simplesmente obi. Todos estes nomes referem-se à mesma obrigação, voltada exclusivamente a confortar uma pessoa em um caso de doença, desemprego, distúrbios nervosos, ou até mesmo para um iniciado dentro dos preceitos do "Asè Òrìsá", quando por um motivo ou outro, o mesmo não pode passar por um bori. Esta obrigação tem seu nome em referência a uma fruta africana, o obi, sem a qual nada podemos realizar para os òrìsás, no tangente a sacrifícios, uma vez que é com ela que conversamos com nossos antepassados para sabermos se aquele santo está satisfeito com a obrigação, etc.
Esta obrigação é a mais simples realizada dentro do asè, no tangente a dar de comer a uma cabeça. Trata-se neste ato, de confortar o anjo da guarda da pessoa, seja consulente ou filho de santo, ocasião onde alimentamos Òsàálá, no intuito de pedir a misericórdia para aquele filho que se encontra em tal sofrimento.
Claro que esta obrigação não cria uma obrigatoriedade do cliente com o santo, ela apenas serve como um modo de resolver de imediato uma questão. Existem aqueles que após o obi, sentem-se tão felizes que optam por penetrar de forma mais profunda dentro de nossa religião.
Antigamente quando uma pessoa desejava entrar para os preceitos de uma casa, ou seja, ser filho ou filha de santo naquele templo, ou mesmo quando seu òrìsá exigia feitura, os zeladores tinham por hábito realizar esta como uma primeira obrigação, para daí então estudar a pessoa, ver se ela realmente tinha amor e dedicação para com os òrìsás, e até mesmo para se certificarem de que era realmente sua casa e sua mão que aquele santo desejava, e não apenas uma empolgação material ou espiritual.
Em terra yorubás,é costume oferecer OBI a alguém em sinal de cortesia, de amizade, de cordialidade... Repartido, constitui um pacto de lealdade e de comunhão entre as partes. 

FIOS DE CONTAS NO CANDOMBLÉ


Na mitologia sobre a invenção do candomblé, os colares de contas aparecem como objetos de identificação dos fiéis aos deuses e o seu recebimento, como momento importante nessa vinculação. De acordo com o mito, a montagem, a lavagem e a entrega dos fios-de-contas constituem momentos fundamentais no ritual de iniciação dos filhos-de-santo, os quais, daí em diante, além de unidos, estão protegidos pelos orixás.
Feitos com contas de diferentes materiais e cores, esses fios apresentam uma grande diversidade e podem ser agrupados por tipologias de acordo com os usos e significados que têm no culto. Assim, acompanham e marcam a vida espiritual do fiel, desde os primeiros instantes da sua iniciação até às suas cerimônias fúnebres.
Como nos momentos da montagem e do recebimento, também o instante da ruptura é significativo; entretanto, o rompimento do fio-de-contas, mais do que indicar um mau presságio, que assusta e preocupa o indivíduo e a comunidade, pode ser o início de um novo ciclo, um recomeço, um momento de viragem que pede um novo fio. Dos primeiros fios – simples, ascéticos e rigorosos – às contas mais livres, exuberantes, complexas e personalizadas que a pessoa vai produzindo ou ganhando ao longo do tempo, delineia-se o caminho de cada um na sua vinculação aos orixás e à comunidade do terreiro.
Desta maneira, mais do que a libertação do gosto particular, as transformações nos colares revelam o conhecimento adquirido pela pessoa e sua ascensão na hierarquia religiosa. De tal modo que um leigo pode passar despercebido por um fio-de-contas ou vê-lo apenas como um adorno, enquanto um iniciado na cultura do candomblé o tomará como um objeto pleno de significados, que pode ser “lido” e no qual é possível identificar a raiz, o orixá da cabeça e o tempo de iniciação, entre outros dados da vida espiritual de quem o usa.
Pode ser chamado fio-de-contas desde aquele de um fio único de missangas até a um colar com vários fios presos por uma ou várias firmas. A quantidade de fios pode variar de uma nação para outra na correspondência de cargos.
Na hierarquia do candomblé toda a pessoa que entra para a religião será um Abiã e assim permanecerá até que se inicie. Ao Abiã só é permitido o uso de dois fios-de-contas simples de um fio só, um na cor branco leitoso que corresponde a Oxalá, de acordo com a nação e um na cor do Orixá da pessoa, quando já tenha sido identificado, dessa forma pode-se saber que a pessoa é um Abiã e qual é o seu Orixá.
Um Egbomi usa diversos colares de um fio só, com contas na cor dos Orixás que já tem assentados e estas já podem ser intercaladas com corais ou firmas Africanas.
O simples colar ao ser imerso na devida mistura de folhas quinadas, associada a alguns outros materiais, transforma-se numa identificação que remete o indivíduo ao seu lugar na comunidade.
A cerimônia da lavagem das contas é, por assim dizer, a inserção do novato no universo mítico e místico do candomblé. Ao receber os seus primeiros fios-de-contas, geralmente um fio de Oxalá e outro de seu orixá pessoal, o então Abiã apercebe-se da importância de Oxalá no conjunto dos orixás.
Oxalá é o deus do branco, o pai dos orixás, ou seja, uma energia geradora que antecede, no tempo, os demais orixás. Oxalá “pró-cria”, abranda, arrefece e descansa. Os primeiros conhecimentos acerca deste orixá circunscrevem-se na própria simbologia do branco que, sendo o somatório de todas as cores, traz em si todas as possibilidades de cor. É a energia de onde tudo sai e para onde tudo retorna, por isso o branco é tanto a cor que festeja o nascimento como a que marca o momento da morte. O luto no candomblé é branco pois representa o retorno do indivíduo à massa informe da ancestralidade.
Por isso, necessariamente, o primeiro fio que se recebe é o branco de Oxalá, simbolizando o estado de latência que caracteriza o Abiã com um candidato à iniciação. O branco de Oxalá é o dialeto do justo descanso com o movimento gerúndio.
No período da iniciação, o Iaô, além de fazer jus a uma pequena coleção com os Inhãs dos orixás que participam de sua configuração espiritual, recebe algumas contas específicas que o identificam como tal; são elas o Mocam, o Quelê e os Deloguns; nesta ocasião os fios irão “comer” junto com o “santo”, isto é, configurar-se-ão como verdadeiros campos de força.
Após a obrigação de três anos, é comum ao ainda Iaô, já com alguma graduação, ser presenteado com alguma conta mais “enfeitada” adquirindo, com isto, o direito de criar para si colares mais rebuscados com missangas um pouco maiores e até alguns poucos corais, primando ainda pela discrição.

Quando da obrigação de sete anos, o agora Ebômi adquire adornos que o identificam como tal: o Runjebe, o Lagdbá, o Brajá, o Âbar, o Monjoló, os corais, as contas africanas multicoloridas e o alabastro. Mais do que isso, ganha a liberdade total de criar os seus próprios fios, seja no tamanho das contas, na riqueza dos detalhes ou dos próprios materiais a utilizar (ouro, prata, etc.). O Ebômi já conhece os seus “fundamentos”, por isso ganha essa liberdade.

OROGBO



É o fruto de plantas pertencentes ao gênero Cola, do grupo de diversas espécies de Malvales. As variedades mais comuns desses frutos são obtidos de árvores do oeste da Indonésia ou África, como a cola nitida, cola acuminata ou cola vera. São ao todo 125 espécies. A noz-de-cola (conhecido por esse nome também) costuma nascer espontaneamente nas regiões quentes e úmidas da África Central e ocidental.
A noz de cola também recebe outros nomes, como: café-do-sudão, cola, mukezu, oribi, orobó, obi, orobô e abajá. Suas sementes tem gosto amargo e grande efeito estimulante, sendo usada comumente em culturas africanas, individualmente, em grupos, até mesmo em rituais e sendo oferecida a visitantes.
Vegetal, também utilizado como alimento do Imonlé, garante a saúde e a força, usado em vários rituais do Candomblé, o Orogbo ou orobô, nome científico Garcinia kola Heckel, é o nome de um fruto sagrado de origem africana, muito utilizado nos rituais do candomblé. Pertence a família da Garcinia. É utilizado pela medicina tradicional africana, tendo indícios de ação antiinflamatória e antiviral e algum efeito no tratamento do Ebola.
São utilizados nos ritos de Orumilá, Xango, Osain e outros aborós, indispensável em jogos divinatórios e na feitura de santo no sentido de alcançar a prosperidade. Utiliza-se também no preparo do abô, sasanha e da comida ritual especificamente nas oferendas de cada Orixá.
O Orogbo é um fruto negro predileto de Egun e Sàngó, por ser um elemento de pura ligação com Ikú (a morte). Isto porque Sàngó é um dos maiores representante de Eegun, fato latente no culto Yorubà e ignorado aqui no Brasil, onde dizem que Sàngó tem pavor a Egun isto acontece por falta de conhecerem que na verdade é Sàngó.
Sàngó é tão quente quanto Eegun e o orogbo é o melhor fruto para ser oferecido tanto no culto de egungun resultado da morte no culto a Sàngó associado à Ikú por soa capacidade de destruição através do raio.
Os orogbo representam as pedras de raios no culto a Sàngó, já no culto a Eegun representa os descendentes raciais ou familiares, por este fato está relacionado à morte.
O orogbo por ser um fruto quente totalmente relacionado Ikú, por isso é ofertado aos ancestrais, por este aspecto, quando um ser vivo parte orogbo e oferece juntamente com mel a seus ancestrais, representa uma comunhão do físico com o espiritual, ou seja os seres vivos cultuam seus ancestrais partilhando o fruto.
Neste momento a morte é inteiramente representada pelo orogbo principalmente por sua casca negra, entra em harmonia com a vivacidade de Sàngó por ser um Orisá oriundo de Iká (norte), on seja, ele é  um  grande Egungun de inteira relação com dos os ancestrais cultuado na terra, onde todos vivem totalmente sob o domínio do grande Rei da terra (Òbàlúwàiyé).
Muitos e muitos orogbos devem ser ofertados à Sàngó com mel, o qual è sua fruta predileta de principal relação com Ikú e egun. Fatos desconhecidos por muitos e ignorados por outros.
Os principais òrisás que também recebem oferta de orogbo é Esú, lyàmi-Òsòróngà, Ogúo, Òbàlúwàiyé, Oyà, Òmólú, lyémowo-Iyémònjá e Òòrisànlà-Òbátálà só recebem ferta de Orogbo sem a casca exibindo sua parte branca.
É o fruto de plantas pertencentes ao gênero Cola, do grupo de diversas espécies de Malvales. As variedades mais comuns desses frutos são obtidos de árvores do oeste da Indonésia ou África, como a cola nitida, cola acuminata ou cola vera. São ao todo 125 espécies. A noz-de-cola costuma nascer espontaneamente nas regiões quentes e úmidas da África Central e ocidental.
A noz de cola também recebe outros nomes, como: café-do-sudão, cola, mukezu, oribi, orobó, obi, orobô e abajá. Suas sementes tem gosto amargo e grande efeito estimulante, sendo usada comumente em culturas africanas, individualmente, em grupos, até mesmo em rituais e sendo oferecida a visitantes.

OMOLOKÔ - Umbanda ou Candomblé ?


OMOLOKÔ

Omolokô é uma palavra composta que deriva de duas outras, oriundas da língua Iorubá com três versões distintas, segundo sua interpretação.
No primeiro ramo de análise, que é a versão da Srª Léa Maria Fonseca da Costa, Mãe-de-santo de Omolokô quer dizer:
“Omo” que significa “Filho” “Loko” referindo-se a árvore Iroko e tem o sentido de algo como “Filhos da Gameleira Branca”.
No segundo ramo de análise, que é a versão do Srº Tancredo da Silva Pinto, Tatá Ti Inkice (pai de santo de Angola), em seu livro Culto Omolokô - Os Filhos de Terreiro - "Omolokô significa:
Omo” -Filho e “Oko” - Fazenda, zona rural onde esse culto, por causa da repressão policial que havia naquela época, os rituais eram realizados na mata ou em lugar de difícil acesso dentro das fazendas dos donos de escravos.
Por fim, pode-se ainda relacionar o significado da palavra Omolokô também ao Orixá Okô, o orixá da agricultura, que era adorado nas noites de lua nova pelas mulheres agricultoras de inhame. Antigamente, o Orixá Okô era muito cultuado no Rio de Janeiro.
Talvez por causa disso hoje temos as denominações de “terreiro e roça” para os lugares onde os cultos afro-brasileiros são realizados. Nesse culto os orixás possuem nomes yoruba (Nagô), seus assentamentos parecem-se com os do Candomblé.
Independente das versões é sabido que o nome Omolokô define um culto originário do Rio de Janeiro com práticas rituais e de culto aos Orixás e que aceita cultos, aos Caboclos, aos Pretos-velhos e demais Falangeiros de Orixás da Umbanda. O culto Omolokô é apontado por estudiosos do assunto e praticantes como um dos principais influenciadores da formação da Umbanda africanizada ao lado do Candomblé de Caboclo, do Cabula e do próprio Candomblé.Teria surgido, segundo Tancredo da Silva Pinto entre o povo africano Lunda-Quiôco. É chamado erroneamente de Umbanda Omolokô, pois se difere desta por ter características singulares aos seus preceitos tais como matanças, vestimentas, e etc…
O Omolokô possui ritualística própria, portanto não se pode caracterizar qualquer Umbanda africanizada como tal. Seu representante mais expressivo é o tatá Tancredo da Silva Pinto, já falecido, estafeta dos correios, morador do morro São Carlos, que foi um grande estudioso e escritor do livro Culto Omolokô: Os Filhos de Terreiro. Porém figuras em tamanha importância, relatam a existência do Omoloko, tais como a escrava Maria Batayo e a filha de escravos Léa Maria Fonseca da Costa que preservaram o Omolokô dissociado da Umbanda como aborda Tancredo da Silva Pinto.
A diáspora dos orixás cultuados no Omolokô é a mesma utilizada pelo Candomblé e sua organização dogmática o faz diferir também por isso da Umbanda que os cultua em número menor e de forma majoritariamente sincrética.
Significado
Algumas pessoas confundem o que seja Omolokô. “Omolokô é Umbanda ou Candomblé? “ A resposta só poderia ser uma única: Omolokô não é Umbanda apesar de aceitar em seus rituais o culto a Falangeiros de Orixás. O Omolokô cultua os Orixás com suas cantigas em Yorubá ou Angola, pois como já foi dito anteriormente esse ritual houve forte influência também por estas duas culturas. Porém, como pode-se ver, o ritual Omolokô não poderia ser encaixado no grupo dos Candomblés, pelo principal motivo de que no Omolokô são cultuados, ainda que em situações separadas, os Caboclos, Pretos-Velhos dentre outros, aceitando-se a realização de práticas ritualísticas de Umbanda em um mesmo solo. No entanto se for usado esse conceito de forma ampla pouqíssimas casas de Candomblé, a partir das mais antigas de Salvador, Bahia, poderiam hoje se enquadrar como Candomblé, considerando que a grande maioria cultua caboclos e exus. Praticamente muitas casas ditas tradicionais fazem muito mais trabalhos durante a semana com caboclos e pombagiras incorporados em pais e mães de santo do que propriamente dito os orixás. Há quem defina o Omolokô como “Umbandomblé”, ou como “Candomblé Umbandizado” ou ainda como “Umbanda Candombleizada”, porém, definições adaptáveis apenas às casas de Omolokô que fundem seus cultos, uma vez que existem aqueles que não misturam tais práticas, porém são muitos diferentes tais ações, pois noCandomble temos a iniciação de Yawos com a raspagem total do Ori quando no Omolokô a raspagem completa do Ori não existe, entretanto são iniciados também.
História
Pesquisas mais recentes dão conta de que a origem do nome Omolokô pode também estar ligado ao povo Loko, que era governado pelo rei Farma, no Sertão de Serra Leoa. Ele foi o rei mais poderoso entre todos os Manes. Sua cidade chamava-se “Lokoja” e localizava-se a margem do Rio Mitombo, afluente do rio Benue, que por sua vez é afluente do grande rio Níger.
Lokoja ficava próxima do reino Yorubá. O povo Loko também era conhecido pelos nomes de Lagos, Lândogo e Sosso. O nome “Loko” foi primeiramente registrado em 1606. Também há registro de desse povo com o nome de Loguro. Os Lokôs viveram até 1917 a oriente dos Temnis de Scarcies. De acordo com pesquisas realizadas, a tribo Loko estava divida em tribos menores ao longo dos Rios Mitombo, Bênue e Níger, e no litoral de Serra Leoa. Em 1664, o filho do rei Farma foi batizado com o nome de D. Felipe. Evidentemente torna-se claro que o principio da sincretização afro-católica já acontecia na África antes da vinda dos africanos ao Brasil. Acredita-se que a Tribo Loko pertencia a um grupo maior chamado Mane, e que os povos dessa tribo vindos escravizados para o Brasil formaram o que hoje conhecemos como Nação Omolokô.
Os povos Mane tinham por costume usar flechas envenenadas e arcos curtos, espadas curtas e largas, azagaias, dardos e facas que traziam amarrados embaixo do braço. Para combater o veneno de suas flechas, em caso de acidente, usavam uma bolsinha com um antídoto. Avisavam os seu inimigos o dia em que iriam atacá-los através de palhas - “tantas palhas, tantos dias para o ataque”. Traziam no braço e nas pernas manilhos de ouro e prata. Também eram amigos do brancos que invadiram a África Negra. Adoravam assentamentos de deuses e ídolos de madeira em figura de homem e animais.
Quando não venciam as guerras açoitavam os ídolos e quando as batalhas eram vencidas eles ofereciam aos deuses comidas e bebidas. Chamavam as mulheres de “cabondos” e tinham como marca a ausência dos dois dentes da frente.
O Omolokô instaura-se no Rio de Janeiro, segundo estudiosos, no século XIX, compondo-se e organizando-se por completo no País, a partir do conhecimento trazido por negros vindos da África e seus descendentes; herança do período colonial, sofrendo influência de diversas vertentes religiosas da África, predominantemente o culto aos Orixás e aos Inkices, com ênfase nos Orixás e perifericamente nos Inkices, tornando particular sua forma de culto, mantendo a cosmologia de cada origem, mas interpretando-as a partir de rituais religiosos contemporâneos. Este fato o torna diferente dos candomblés tradicionais que mantém o predomínio de sua região original, apesar que Omolokó não se inicia como candomblé de ketú como são chamados de Yawos ou noviços, com diferenças entres as duas nações, como por exemplo, kele, umbigueira, akodidé são originalmento do ketú, no Omolokó orixa não é iniciado.
No Rio de Janeiro, com a miscigenação e influência do Espiritismo francês instaura-se um novo movimento denominado Omolokô, disseminado prioritariamente por Tancredo da Silva Pinto. Mantém-se como um exemplo deste seguimento a casa-de-santo Okobalaye, fundada na cidade de São Gonçalo/RJ e o Centro Espírita São Benedito, Rua Vereador Maurício de Souza, 97, Engenhoca, Niterói, RJ, chefiada por Pai Matuazambi, origem Nagô.
Estrutura da roça-de-santo
A roça-de-santo é uma distinção utilizada, inclusive, pelos Omolokôs para denominar o local onde se concentram as comemorações e rituais aos Orixás. O termo é uma referência ao período colonial em que os escravos cultuavam aos Orixás às escondidas nas roças e fazendas dos senhores de engenho.
A roça-de-santo possui distintos locais que concentram axé, onde juntos, emanam energia que têm como função: proteger, encantar, equilibrar e acentuar a fé dos omorixás da roça e pousar os visitantes.
A roça-de-santo é dividida em dois ambientes: O público e o sagrado.
O público
Local onde se pode beber e fumar e onde se serve o Ajeum (refeição, comida), sendo um lugar que se é permitido maior descontração. Quintal
O sagrado
Onde se encontram os atabaques e onde é executado o xirê do santo, saídas e obrigações - Sala.
Onde se guardam todos os apetrechos e vestimentas dos Orixás - Peji.
Onde estão guardados parte dos segredos da Roça-de-santo e onde são realizadas as iniciações - Roncó.
Onde se preparam todas as comidas de santo - Cozinha-de-santo.

Onde ficam os igbás e as coisas mais sagradas dos Orixás - Quartos-de-santo.

FIOS DE CONTAS, CORDÃO DE SANTO, COLAR DE SANTO OU GUIAS


FIOS DE CONTAS CORDÃO DE SANTO, COLAR DE SANTO OU GUIAS

Conhecidas também como "Cordão de Santo", "Colar de Santo" ou "Guias", são
ritualisticamente preparadas, ou seja, imantadas, de acordo com a tônica vibracional de quem as irá utilizar (médium e entidade), e conforme o objetivo a que se destinam.
São compostas de certo número de elementos (contas de cristal ou louça, búzios,
Lágrimas de Nossa Senhora, dentes, palha da costa, etc.), distribuídos em um fio (fibra vegetal, codorneira ), obedecendo a uma numerologia e uma cromologia adequada; ou ainda, de acordo com as determinações de uma entidade em particular.
As contas de louça lembram, por sua composição, a mistura de água e barro,
material usado para criar o mundo e os homens, por isso são as mais usadas.
Para que servem
· Têm poder de elevação mental. Se utilizadas durante um trabalho espiritual,
tem função de servir como ponto de atração e identificação da vibração principal e/ou falange em particular, atuante naquele trabalho, servindo assim como elemento facilitador da sintonia para o médium incorporado. Elas nos auxiliam em nossas incorporações, pois estas atraem a "energia" particular de cada entidade, captando e emitindo bons fluidos, formando assim, um círculo de vibrações benéficas ao redor do médium que as usa.
· Servem como pára-raios. Se há uma carga grande, ao invés desta carga chegar
diretamente no médium, ela é descarregada nas guias, e se estas não agüentarem, rebentam.
· Podem ser utilizadas pelo médium, para "puxar" uma determinada vibração, de
forma a lhe proporcionar alivio em seus momentos de aflição.
Que Fios de Conta Utilizar:
Ao ser batizado na Umbanda, o filho de santo recebe a guia de Oxalá , geralmente.
Ao fazer as demais iniciações, vai recebendo as guias correspondentes. A seguir, conforme o desenvolvimento do médium, as entidades do médium poderão pedir que se confeccionem suas guias de trabalho.
Devemos entender que a proteção maior, encontra-se na guia de Oxalá; guia esta,
normalmente a primeira a ser consagrada ao médium, feita basicamente p/ nossa proteção.
As guias devem ser tratadas pelos médiuns com todo carinho e o máximo de respeito, pois elas representam o Orixá e a segurança do médium.
Confecção
Dependendo o ritual de cada terreiro deve ser feita uma firmeza (acendendo uma
vela, por exemplo) antes de montar a guia. Para montar uma guia, deve-se estar em silêncio, com respeito. As contas, miçangas, etc. são enfiadas uma a uma no fio.Toda guia deve ser fechada e cruzada pelo chefe de terreiro, seja pela Mãe/Pai de Santo ou pelos Guias Espirituais Chefes de seu terreiro. As guias podem ser cruzadas com pemba, ou com um amaci com as ervas do Orixá, ficando de molho e depois estão prontas.
Ter uma guia no pescoço, sem esta estar consagrada e imantada não representa
nada, energeticamente falando, seria apenas mais um colar.
Depois de colocada no pescoço a Guia deve alcançar até abaixo do umbigo.
Cuidados no Manuseio e Uso
São elementos ritualísticos pessoais, individuais e intransferíveis, devendo ser manipuladas e utilizadas somente pelo médium a quem se destinam. Deve-se observar que cada indivíduo e cada ambiente, possuem um campo magnético e uma tônica vibracional própria e individual. A manipulação das guias por outras pessoas, ou ainda, seu uso, em ambientes ou situações negativas ou discordantes com o trabalho espiritual, fatalmente acarretará uma "contaminação" ou interferência vibracional. Pelos motivos expostos, o uso de guias pertencentes ou recebidas de outras pessoas, é uma pratica normalmente desaconselhável a um médium.
O Pai/Mãe de Santo, Pai/Mãe Pequenos ou Ogâs podem eventualmente ceder sua guia para uso de algum médium durante uma sessão específica, caso o mesmo encontre-se sem sua própria guia.
Enquanto estamos usando as guias devemos observar algumas recomendações:
· Não se alimentar (exceto em ritual).
· Não ingerir bebidas alcoólicas (exceto em ritual).
· Não manter relação sexual.
· Não ir ao banheiro
· Não tomar banho.
Em qualquer destes casos, deve-se retirar a guia e guardar, ou entrega-la para o Pai/Mãe de Santo, Pai/Mãe Pequenos ou Ogâs para que tomem conta das mesmas.Como vimos as guias são elementos ritualísticos muito sérios e como tal que devem ser respeitados e cuidados.
Devem ser sempre limpas e guardadas no terreiro ou em algum lugar longe do alcance e visão dos curiosos. 
Lembre-se que as guias são objetos sagrados e como tal devem ser tratadas. Um detalhe importante é de tempos em tempos, descarregarmos nossas guias com água do mar ou da chuva, e depois energizá-las com amaci, buscando sempre o aconselhamento de um dos dirigentes sobre como proceder